sexta-feira, agosto 17, 2007

Jackie-saudade

Mel
Doçura
Na realidade, seu nome rima com saudade
Nó na garganta
Dor no peito
S-A-U-D-A-D-E
Eu grito
E escuto silêncio
Você não está aqui
E toda hora é um não

NÃO matamos aula para conversar na escada;
NÃO choramos antes, durante e depois dos seminários do Fábio;
NÃO nos inconformamos com a hipocrisia alheia;
NÃO discutimos os nossos defeitos;
NÃO exaltamos as nossas qualidades;
NÃO fazemos planos mirabolantes;
NÃO acreditamos que tudo é possível;
NÃO rimos das nossas próprias besteiras;
NÃO vamos chupar sorvete de tutti-frutti em pleno inverno;
NÃO passamos noites em claro para cumprir prazos;
NÃO discutimos Piaget, Vygotsky, Wallon;
NÃO economizamos todo o dinheiro que temos para ir ao teatro;
NÃO pagamos micos;
NÃO escrevemos cartas;
NÃO trocamos livros;
NÃO vamos ao bar com o Jr. discutir os rumos do planeta;
NÃO fazemos festa na casa da Ana;
NÃO presenciamos segredos;
...
...
...
...

PRECISO URGENTEMENTE DE UM SIM

(para recuperar minha sanidade)

quinta-feira, agosto 16, 2007

BRONCA ( ou Sobre o Silêncio )

(tantas dúvidas sobre publicar ou não...)


" Amigos raros
Não quero amigos para enfeitar minha sala de visitas.
Quero amigos que sejam raridades.
Como as antiguidades preciosas que o tempo não machuca.
Esses, eu recebo na sala acolhedora de minha alma. " Olympia Salete Rodrigues

Pessoas raras.
Daqueles tipos que chegam a dar trabalho. Nenhum dos meus amigos raros entrou na sala acolhedora da minha alma sem antes me dar muito trabalho. E justamente por serem pessoas raras. Nada de escolhas óbvias, nada de concordar com tudo, nada de sumir...
Meus amigos raros não me abandonam, nem quando estão perdidos.
Eu e meus amigos raros dividimos os momentos mais lindos e inesquecíveis sempre no meio de uma grande confusão, na qual, muitas vezes, a luta era por encontrar-se (em si e no outro). Nós gostamos de confusão.
Meus amigos raros e eu brigamos e feio. Sempre. Mas sempre ficamos numa boa.
O que eu não consigo entender é o desaparecimento, o sumiço, a falta de notícias, a sensação de que dancei meu tango sozinha...
O que magoa é chamar por você, querer falar com você e não obter resposta.
O silêncio foi sua dádiva pra mim.
Seu silêncio foi o punhal em mim.
A minha fértil imaginação encarregou-se de criar um sem-número de possíveis situações para explicar a sua ausência ou a minha dor. Reinventei enredos e cenários em busca da minha culpa - o sofrimento merecido dói menos...
Mas me dei conta: amigos raros são raros sempre e não agem assim... (não os meus, pelo menos)
Tive, então, que te reduzir de extraordinário amigo raro para "pessoa importante para minha melhor amiga rara".

triste