quinta-feira, agosto 16, 2007

BRONCA ( ou Sobre o Silêncio )

(tantas dúvidas sobre publicar ou não...)


" Amigos raros
Não quero amigos para enfeitar minha sala de visitas.
Quero amigos que sejam raridades.
Como as antiguidades preciosas que o tempo não machuca.
Esses, eu recebo na sala acolhedora de minha alma. " Olympia Salete Rodrigues

Pessoas raras.
Daqueles tipos que chegam a dar trabalho. Nenhum dos meus amigos raros entrou na sala acolhedora da minha alma sem antes me dar muito trabalho. E justamente por serem pessoas raras. Nada de escolhas óbvias, nada de concordar com tudo, nada de sumir...
Meus amigos raros não me abandonam, nem quando estão perdidos.
Eu e meus amigos raros dividimos os momentos mais lindos e inesquecíveis sempre no meio de uma grande confusão, na qual, muitas vezes, a luta era por encontrar-se (em si e no outro). Nós gostamos de confusão.
Meus amigos raros e eu brigamos e feio. Sempre. Mas sempre ficamos numa boa.
O que eu não consigo entender é o desaparecimento, o sumiço, a falta de notícias, a sensação de que dancei meu tango sozinha...
O que magoa é chamar por você, querer falar com você e não obter resposta.
O silêncio foi sua dádiva pra mim.
Seu silêncio foi o punhal em mim.
A minha fértil imaginação encarregou-se de criar um sem-número de possíveis situações para explicar a sua ausência ou a minha dor. Reinventei enredos e cenários em busca da minha culpa - o sofrimento merecido dói menos...
Mas me dei conta: amigos raros são raros sempre e não agem assim... (não os meus, pelo menos)
Tive, então, que te reduzir de extraordinário amigo raro para "pessoa importante para minha melhor amiga rara".

triste